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2008/05/05

Colóquio com um "avô Capitão de Abril"




DIA: 2 /05 / 2008

Hora: 13:30 – 15h


Um “avô Capitão de Abril” veio à nossa escola falar connosco, a convite do 6º G.

Começou por nos falar da guerra colonial.
Quem nascia nas colónias era considerado “português de 2ª e 3ª”, com menos direitos do que os “portugueses de 1ª”.

As guerras foram sempre feitas por causa de dinheiro. Na altura, havia muita pobreza, mais do que hoje em dia.

Não havia liberdade.
Se um agente da PIDE apanhasse alguém a dar uma opinião contra o governo não havia julgamento, ia-se logo preso e a justiça funcionava muito mal.
Havia várias prisões políticas – Tarrafal, Peniche, Caxias…
Havia censura: nos livros, jornais, televisões e espectáculos.
As pessoas tinham medo.

Guerra e ditadura: é tudo a mesma coisa. Salazar chamava-lhe
“Estado Novo”.
Todos os presidentes eram militares que apoiavam a ditadura.

Começou então a preparar-se a revolução. Faziam-se reuniões, não de políticos mas de militares; reuniões clandestinas – de que a PIDE nem sequer suspeitava.

Em 1973, formou-se o MFA – MOVIMENTO das FORÇAS ARMADAS –, que fez a revolução.
A diferença entre uma revolução e um golpe de estado é que numa revolução há a adesão do povo.
O 25 de Abril foi um mal necessário. Devia-se ter descolonizado antes, na altura certa. Tudo podia ter sido resolvido pelo diálogo e não pela força.
O capitão de Abril Albino Luís Cal fez a guerra, sabe o que é morrer, sabe o que é matar e não gosta de recordar esse tempo da sua vida.
A 24 de Abril, ouviu a canção “E depois do adeus” e foi para a Figueira da Foz. Ouviu em seguida “Grândola, Vila Morena” e soube que estava tudo a correr como o previsto. O seu papel na Revolução foi ficar no Quartel da Figueira, enquanto outros camaradas vieram para Lisboa.

Apelou para sabermos usar a Liberdade, respeitando a liberdade dos outros e fazendo boas escolhas para nós próprios.

O Colóquio terminou com algumas perguntas. Foi uma sessão esclarecedora.
Para nós, foi muito importante ouvir como era a vida antes do 25 de Abril e saber que a revolução, apesar de tudo, valeu a pena, pois foi a solução possível.


AGRADECEMOS AO NOSSO “AVÔ CAPITÃO”.

Em nome das turmas 6º G e 6º H (as duas turmas presentes),
Rafaela (6ºG)
Ângela (6ºG)
Patrícia (6ºG)

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