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2007/04/27

Poemas do 25 de Abril









Os nossos preferidos...



A Rapariga do País de Abril

Habito o Sol dentro de ti
descubro a terra aprendo o mar
rio acima rio abaixo vou remando
por esse Tejo aberto no teu corpo.

E sou metade camponês metade marinheiro
apresento meus sonhos iço as velas
sobre o teu corpo que de certo modo
é um país marítimo com árvores no meio

Tu és meu vinho. Tu és meu pão.
Guitarra e fruta. Melodia.
A mesma melodia destas noites
enlouquecidas pela brisa no País de Abril.

E eu procurava-te nas pontes da tristezas
cantava adivinhando-te cantava
quando o País de Abril se vestia de ti
e eu perguntava atónito quem eras.

Por ti cheguei ao longe aqui tão perto
e vi um chão puro: algarves de ternura.
Quando viste tudo ficou certo
e achei achando-te o País de Abril.






Manuel Alegre
30 anos de Poesia
Publicações Dom Quixote



Liberdade

Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quando não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada

Só há liberdade a sério quando houver
a paz, o pão,
habitação,
saúde, educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.





Sérgio Godinho
Canções de Sérgio Godinho
Assírio e Alvim




Para Aquém de Abril

Entardeceram
nos umbrais da aurora
as memórias do teu rosto
Abril...
Nunca mais soprou o vento
depois
de Novembro
a vida
petrificou-se na inconstância
do rio...
não mais navegam
o teu sorriso
de florestas virgens

Hoje
passeio atónito
na neblina
das montanhas
fluir no tempo
na inércia da aventura
sonhar parado
no caminho em movimento
vir à estrada
e saber oscilar no horizonte
ser a terra
o mar
o Sol
e a boca
cantar poema aberto
esperança viva
olhar o homeme disperso
e cantá-lo
com a herança do ventre
reivento-me
e não passo da superfície
deste mar austero

nos flancos do dia
arde o inatingível
torno a inventar

(o desfraldar das areias
vai-se consumindo
até que o Sol nasça)



Francisco Duarte
Afluentes de Liberdade
Edições Milho Rei






Os nossos poemas

Injustiça foi a maior inimiga da Liberdade
Liberdade por falar
Falar de quê?
De quê, a PIDE perguntava
Perguntava, mas a quem?
A quem era inocente
Inocentes eram aqueles que diziam que estava mal
Mal estava o governo que caiu
Caiu no Dia da Liberdade.
Liberdade, temos nós hoje,
Hoje que comemoramos o dia
Dia 25 de Abril.

Ana Catarina, 6º 6ª, nº 2
(trabalho para HGP)


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